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domingo, 8 de dezembro de 2024

Riedel atribui protestos indígenas por falta d’água a ‘interesses políticos’

“No confronto sempre tem dano”, diz governador após Batalhão de Choque da PMMS ser empregado para acabar com os pontos de bloqueio já nas primeiras horas de hoje (27)

Em agenda durante II Fórum de Mudanças Climáticas que acontece nos dias 27 e 28 de novembro, governador por Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel disse nesta quarta-feira (27) que o protesto indígena que sinaliza a falta d’água, enfrentada há tempos por indígenas Jaguapiru e Bororó, se manteve após negociações graças à “interesses políticos”. 

Questionado pela imprensa após evento no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), em Campo Grande, Riedel afirmou que o Governo “não pode tolerar”, para além da discussão e negociação que se estendeu por três dias, “uma paralisação do Estado”. 
 
“Hora que fecha uma rodovia, inibe o direito de ir e vir, trabalhadores que não chegam na fábrica, gente que não passa… por uma reivindicação que é justa e que foi negociada, mas o tempo todo sendo procrastinada por interesses políticos e tem um BO [boletim de ocorrência] feito contra a pessoa que estava incentivando as comunidades”, disse. 

Nas palavras do governador de Mato Grosso do Sul, até ontem (26) o desbloqueio do trecho estava acertado com os indígenas, porém, a área de interdição da rodovia teria sido retomada por incentivo de uma pessoa específica, que estaria manipulando as comunidades locais. 

“O Governo não pode ficar refém de interesses políticos dentro da comunidade indígena que a gente tem o maior respeito. Três dias o Estado parado e nós negociando. Aí ontem, por interferência de uma pessoa e de correntes de instituições públicas federais, dizendo ‘vamos continuar, pressionar, que o presidente deve vir aí’… isso não podemos aceitar”, complementa Riedel. 

Novos conflitos

Como bem acompanha o Correio do Estado, o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul foi empregado para acabar com os pontos de bloqueio  já nas primeiras horas de hoje (27). 

Não demorou para que as imagens da atuação do Choque na região começasse a tomar as redes, com vídeos que mostram uma dezena de policiais perfilados com escudos, enquanto quatro agentes, que estavam completamente paramentados, tentam imobilizar um indígena e outro realiza disparos contra as mulheres que tentavam conter a onda de violência

“Infelizmente, no confronto sempre tem dano. A gente não quer isso. [Estamos] e vamos continuar, trabalhando pelas comunidades indígenas… mas a gente tem que saber manter a ordem, o  desenvolvimento, o direito das pessoas de irem e virem e não é dessa maneira que a gente vai construir resultado”, apontou o governador. 

Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar agiu para desobstruir as rodovias estaduais que estavam bloqueadas após “todas as vias de negociação” se esgotarem. 

“As forças de segurança manterão efetivo para garantir paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas político-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito.

Em tempo, o governo de MS, por meio da SEC, se manteve em contínuo diálogo com todos os envolvidos em busca, sempre, de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos”, cita trecho divulgado. 

Entenda

Há décadas os povos Jaguapiru e Bororó enfrentam uma desassistência de água potável e, movido pelo medo de ficarem desabastecidos distante um mês para as festividades do final de ano, o receio desses povos é que, pouco seja dado agora de imediato diante da pressão e, depois disso, as comunidades terminem sem a continuidade do serviço ou alguma medida definitiva.

“Eles pediram um caminhão de água, foi dado. Pediram quatro; seis, foi dado… Atendemos o pedido e disseram que iam sair da estrada”, disse Riedel. 

Lembrando do acordo de R$ 60 milhões com Itaipu, destacando um ponto que a própria Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara teria ressaltado na semana passada, a insuficiência da abrangência do programa batizado de “MS Água Para Todos”. 

“Especificamente Dourados, eu anunciei isso semana passada, fica para um segundo momento… e aí 
nós vamos buscar recursos com a bancada do próprio Estado; com Itaipu; com uma emenda; com PAC, o que for, para resolver esse problema também”, afirmou Riedel na manhã de hoje.

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