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sexta-feira, 29 de março de 2024

1ª Entrevista da Serie Destino Politico com Márcia Marques

08/12/2015 09h52 – Atualizado em 08/12/2015 09h52

Márcia quer ouvir as pessoas e construir modelo inovador de gestão

Márcia Marques quer ouvir as pessoas e construir modelo inovador de gestão

Para ela, é preciso iniciar um diálogo consistente com à população, coletar informações, ouvir e entender as demandas para transformá-las em propostas realizáveis

O Jornal Correio do MS começa, nesta edição, uma série de entrevistas pelo Estado para ouvir atores que se destacam pela participação política e social em seus municípios.

O primeiro diálogo acontece com Marcia Marques, 45 anos, natural de Antônio João, cidade histórica pelo desdobramentos da guerra entre Brasil e Paraguai.

O município fica a 300 km da Capital e está próximo de completar 52 anos de emancipação político-administrativo.

Marcia é considerada uma potencial pré-candidata ao cargo de prefeita nas eleições do ano que vem. Professora de história, aos 16 anos, já militava na política local. Casou-se no mesmo ano com o jovem e determinado Junei, ex-prefeito de Antônio João.

“Fui contagiada pela política, a família do Junei já estava profundamente envolvida. Participávamos de vários movimentos, inclusive da campanha de redemocratização do país, as Diretas Já”, lembrou.

Márcia morou fora de Antônio João apenas um ano para amparar seu sobrinho com problemas de saúde. Ela lembra que esse foi um dos anos mais tristes da sua vida. “Diante da impotência em relação à morte, nossa fragilidade humana é revelada. São momentos que nos marcam para sempre”, comentou.

Mãe de dois filhos e agora avó, Márcia tem consolidado seu estilo próprio. “Quero ser lembrada como alguém que fez parte da construção de um modelo inovador”, disse.

Seu envolvimento na política mudou em 2003, quando Junei assumiu seu primeiro mandato de prefeito no município. O foco primordial da gestão foi o combate a forte vulnerabilidade social manifestada na Aldeia indígena de Campestre e no investimento pesado em infraestrutura urbana no município.

Na visão de Márcia, houve uma reestruturação do setor de assistência social “Enfrentávamos um índice de desnutrição que era de 25% na aldeia indígena e, após um conjunto de ações bem sucedidas, conduzimos à erradicação da mortalidade infantil naquela região”, destacou.

Questionada se as comparações de uma possível administração com a de Junei incomodam, ela é taxativa. “Certamente que virão, é um processo esperado. Mas eu estava lá, colaborando na linha de frente. Fizemos uma gestão transformadora e que é reconhecida por todos. Agora, tenho a responsabilidade muito maior de reestabelecer uma equipe competente e dinâmica, capaz de dar continuidade ao trabalho que começamos. Ajustando e melhorando aspectos daquela gestão que tiveram menor foco de atuação”, ressaltou.

Sobre a possibilidade de ser ponto desfavorável o fato de nunca ter exercido cargo político, Márcia esclarece que “tudo tem a ver com gestão de pessoas e competência de executar com qualidade”. “Acompanhei de perto e posso dizer que somos bem sucedidos em construir equipes vitoriosas. Alinhando o trabalho com foco em uma organização eficaz com visão e objetivos compartilhados. O que erramos quero acertar e o que acertamos quero melhorar”, completou.

Indagada se esse é o seu momento de entrar na gestão pública, Márcia retribuiu com um sorriso empolgante e assegura: “Acho que esse é o meu momento. E vamos mostrar isso desde o começo na nossa capacidade em transformar anseios em um projeto consistente. É preciso coragem para dar continuidade ao projeto de transformação que começamos”.

Em relação ao momento político pelo qual o país vive, Márcia gesticula com as mãos rapidamente enquanto fala um pouco sobre suas percepções. “As pessoas estão distantes do processo político. A descrença se intensifica, pois não há canais de participação. Queremos promover um projeto colaborativo autêntico”.

Ela acredita que as próximas eleições municipais podem operar como divisoras de águas no cenário político. “Se as pessoas talentosas e de boas intenções não tomarem o processo político, outros o farão. Porque quem detém o poder organiza e estrutura a sociedade em função de seus valores e interesses. E muitas vezes esses valores são centrados no destino político dessas pessoas e não em um projeto de cidade e país mais amplo, que pense nas próximas gerações”.

Sobre a estratégia para levar sua mensagem aos cidadãos de Antônio João, Marcia diz que quer “iniciar um diálogo consistente com à população. Coletar informações, ouvir e entender as demandas traduzindo os anseios em propostas realizáveis e não em meras especulações”.

O caminho, segundo ela, será por meio de um diálogo construtivo. “É fundamental saber ouvir, ampliar os pontos de vistas para tomar decisões sensíveis as necessidades do coletivo, e isso vem através do trabalho em conjunto”, analisou.

Para finalizar, Márcia disse que essa não será um campanha centralizada sobre ela, mas “sobre a capacidade do quanto podemos fazer juntos”. “É uma campanha que gera a mobilização espontânea da sociedade em torno de um projeto em comum”, concluiu.

Ademir Mendonça

Ademir Mendonça

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