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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Projeto confere a Campo Grande título de Capital Nacional do Chamamé

16/08/2019 14h47 – Atualizado em 16/08/2019 14h47

Projeto confere a Campo Grande título de Capital Nacional do Chamamé

De autoria do deputado Fábio Trad, PL 4528/19 foi apresentado nesta semana e traz o reconhecimento oficial a uma das mais tradicionais culturas difundidas na Cidade Morena

Por Daniel Machado, Assessoria

O chamamé é um gênero musical oriundo da província de Corrientes, norte da Argentina cujas raízes remetem a modificações do estilo musical da Danza Paraguaya (do espanhol, dança paraguaia), passando por influências regionais, inclusive da cultura guarani, de onde origina-se a palavra “chamamé”, ou “improvisação”.

Em terras brasileiras, no entanto, foi em Mato Grosso do Sul (na primeira metade do século 20, ainda nos tempos de Mato Grosso) que o estilo musical, trazido pelos imigrantes atraídos por trabalho nas atividades agropecuárias, conquistou o gosto popular ao som das sanfonas nas festas regionais. Em Campo Grande, rapidamente se formaram conjuntos típicos e, com a chegada do rádio na cidade, intensificou-se a difusão do ritmo Chamamé.

Afim de prestar uma justa homenagem à comunidade campo-grandense e a todos aqueles que amam essa arte musical, o deputado federal Fábio Trad apresentou nesta semana um Projeto de Lei (PL 4528/19) que concede a Campo Grande o título de Capital Nacional do Chamamé.

“Ademais, nossa Cidade Morena passará também a ser reconhecida nacionalmente e terá uma marca oficial e positiva relacionada a essa tradicional cultura”, disse o parlamentar, que acredita que a concessão do título também seria uma definitiva consagração ao finado Zé Corrêa, mito da música campo-grandense falecido precocemente aos 29 anos, em 1974. O músico sul-mato-grossense, que ganhou o título de “Rei do Chamamé”, tornou-se referência para todo segmento musical sul-mato-grossense, transformando seu inédito estilo de instrumentação ao acordeom em um encantamento de musicalidade revestido de uma força renovadora.

Sua técnica consistia em executar a sanfona com a mão direita e o acordeom com a esquerda, mantendo esse movimento em permanente ação dando a impressão ao espectador de serem dois instrumentos em perfeita harmonia e equilíbrio. A criação dessa técnica ímpar foi responsável por estabelecer um estilo sul-mato-grossense de tocar o chamamé.

Não demorou muito para que entusiastas organizassem grupos de intérpretes em várias cidades sul-mato-grossense, principalmente na capital do estado, onde a paixão pelo ritmo tocava na alma da população. Tanto, que nas décadas de trinta e quarenta, aos domingos, os chamamezeiros se reuniam para tocar Chamamé perante numeroso público que se aglomerava no local.

Apresentação típica de dança de Chamamé (foto: Divulgação)

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