Mato Grosso do Sul reforça seu protagonismo nacional em energia limpa e renovável. Lideranças do setor de bioenergia, governo e especialistas se reuniram na manhã desta quarta-feira (24/09) para discutir as oportunidades do biometano produzido a partir da vinhaça da cana-de-açúcar, combustível que já é realidade no Estado e desponta como novo vetor de competitividade e sustentabilidade para a descarbonização da matriz de transportes do país.
O evento foi realizado pela Biosul e pela ZEG Biogás, com apoio da Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços de Mato Grosso do Sul) e do Centro de Sustentabilidade Industrial da Fiems (CSI).

A primeira apresentação foi conduzida por Rodrigo Nogueira, CEO da ZEG Biogás, que detalhou soluções para viabilizar a comercialização do biometano e a infraestrutura necessária para que as usinas possam integrar essa nova fonte de energia ao mercado. Na sequência, Luis Felipe Colturato, Diretor Técnico de Biometano da Adecoagro, apresentou o case da companhia, sendo a primeira usina do Estado a produzir biometano a partir da vinhaça, subproduto da fabricação do etanol. O projeto se tornou referência nacional por aliar eficiência energética, inovação tecnológica e redução de emissões.
Para o presidente da Biosul, Amaury Pekelman, o movimento confirma o ambiente favorável de Mato Grosso do Sul para novos investimentos. “Mato Grosso do Sul é hoje referência em energia limpa e renovável. O biogás e o biometano se consolidam como novas fronteiras desse avanço. Temos disponibilidade de matéria-prima, infraestrutura e ambiente regulatório favorável. Isso cria condições para investimentos consistentes e geração de valor. O setor de bioenergia mostra, mais uma vez, que inovação e sustentabilidade caminham juntas. O biometano é segurança energética, competitividade industrial e redução de emissões. É o combustível do futuro, já presente em nosso Estado”, explicou.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destacou que a produção de biometano é parte essencial da estratégia de descarbonização da matriz de transporte do Estado. “Estamos construindo as condições para que Mato Grosso do Sul seja protagonista em uma economia carbono neutro. O biometano é uma solução concreta, que traz ganhos ambientais e econômicos, ao mesmo tempo em que amplia a competitividade da nossa matriz energética”, destacou.
Entre os desafios para viabilizar o biocombustível foram mencionadas a integração de esforços federais e estaduais, com a criação de corredores de biometano e o cumprimento das metas de redução de CH₄ estabelecidas pelo Brasil. A estratégia é prioritária, substituir o diesel no transporte pesado por combustível renovável, aproveitando resíduos da cana-de-açúcar, ampliando o mercado e reduzindo emissões finais. Esse movimento fortalece o programa MS Carbono Neutro 2030, que coloca o Estado na vanguarda da transição energética e da agenda climática nacional.
Assim como o etanol transformou a matriz de combustíveis brasileira, o biometano desponta como o próximo capítulo da bioenergia sul-mato-grossense, unindo inovação, sustentabilidade e geração de valor para toda a cadeia produtiva.
Marcaram presença na reunião Marcelo Coutinho, Diretor Financeiro da Energética Santa Helena; Robson Del Casale, Diretor de Sustentabilidade da FIEMS; Renato Tavares, Diretor Técnico do Senai-MS; Matias Gonsales, Diretor técnico da AGEMS; Fabíola Porcaro, Assessora AGEMS; Mamiule Siqueira, Coordenadora de Transição Energética da Semadesc; Bruna Mendes, Assessora Semadesc; Dito Mario, Diretor da Reflore/MS; Carlos Nazario, Diretor do Instituto de Química (INQUI) da UFMS; Jainaina Ferreira, Professora UFMS; Elisangêla Prestes, Gerente de Planejamento Estratégico da MS Gás; Edwaldo Henrique Bazana Barbosa, Chefe das Incubadoras da UEMS; Marco Aurélio Braga, Presidente da ABEMEC MS; e, Érico Paredes, Diretor Técnico de Sustentabilidade da Biosul.