Ciclo 2024/2025 é estimado em 11,6 milhões de toneladas, superando as projeções iniciais
A safra de milho 2024/2025 em Mato Grosso do Sul deve crescer quase o dobro dos 20,6% estimados pela Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja-MS), segundo a Resenha Regional, do Banco do Brasil Assessoramento Econômico, divulgada no dia 6. A instituição financeira estima um incremento de 38,2%, o que eleva o total da colheita de 10,199 milhões de toneladas para 11,687 milhões de toneladas do grão no Estado. Em relação a 2024, serão 3,230 milhões de toneladas a mais, quando foram produzidas 8,457 milhões de toneladas do cereal.
Com o aumento de 38,2% na produção do milho, de 18,2% da soja e de 5,3% do algodão, esses produtos agrícolas que mais vão contribuir para o incremento médio de 26,7% na produção de oleaginosas, leguminosas e cereais no Estado este ano, de acordo com o documento do Banco do Brasil, que enfatiza: “A Região Centro-Oeste mantém-se como a mais promissora em termos de crescimento econômico. Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul lideram esse movimento, impulsionados por perspectivas favoráveis para o setor agrícola, cujos efeitos positivos se estendem para os demais segmentos econômicos, especialmente a indústria alimentícia e os serviços”.
É este crescimento de produtividade que vai possibilitar que o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul aumente em 5,5% neste ano, já que a agropecuária vai dar um salto de 17,9% no PIB neste ano, compensando as perdas do ano passado, que foram de 17,6%.
No documento, é afirmado que “o principal vetor de crescimento econômico [do Brasil] continua sendo o setor agropecuário, com previsão de expansão de 8,2% [no País], o que gera efeitos multiplicadores sobre a economia, em especial sobre a indústria alimentícia, beneficiando estados como Mato Grosso do Sul e Tocantins, cujas vantagens competitivas estão fortemente ligadas à cadeia do agronegócio”.
Para referendar esta análise, a instituição financeira aponta que a produção de milho em Mato Grosso do Sul vai saltar de 8,457 milhões de toneladas, no ano passado, para 11,687 milhões de toneladas, um aumento de 38,2%.
O porcentual é quase o dobro do estimado pela Aprosoja-MS. No boletim emitido semanalmente, a estimativa para o milho 2ª safra indica que a área cultivada deve atingir 2,103 milhões de hectares, com uma produtividade média de 80,8 sacas por hectare. A produção estimada é de 10,199 milhões de toneladas, representando um aumento de 20,6% em comparação com o ciclo anterior.

Outro impulso teve o preço da saca do milho em relação ao ano passado, segundo o último Boletim Econômico da Aprosoja-MS, que compara preço e comercialização. Com base no mês de março, a entidade constatou que o preço médio do milho no Estado foi de R$ 65,27 por saca naquele mês, valor que não é ponderado pela comercialização e “encontra-se acima do preço de março de 2024, que foi de R$ 42,66”, destacando que o preço futuro caiu um pouco, para R$ 57,29 por saca em março deste ano, mas, mesmo assim, houve um aumento de 39,4% em relação ao valor de março de 2024.
Na avaliação do titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a Região Centro-Oeste mantém-se como a mais promissora em termos de crescimento econômico.
“O cenário é otimista, puxado pelo aumento na produtividade, devido às condições climáticas favoráveis e à expansão na área de colheita de grãos, diferente do ano passado. Somos o segundo do País em PIB total e saímos de 4,4% para 5,5%, por conta do avanço do agronegócio”, declarou.
CLIMA
Enquanto a assessoria econômica do Banco do Brasil destaca o aumento elevado da produção de milho no Estado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 18, o levantamento Progresso de Safra, no qual afirma que as baixas temperaturas registradas nos últimos dias têm retardado a perda natural de umidade do cereal, influenciando nos trabalhos de colheita, uma vez que o tempo necessário para que o milho atinja o teor de umidade ideal para ser colhido aumenta.
Em Mato Grosso, os trabalhos já chegam a 5,6% da área cultivada do cereal, um índice inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, no ciclo 2023/2024, o plantio do cereal na 2ª safra teve início antecipado diante dos problemas climáticos registrados no cultivo da soja, influenciados pelo El Niño. Portanto, as boas condições das lavouras na atual safra podem contribuir para que a produtividade supere a obtida na última temporada.
A Conab também alerta que a passagem de uma frente fria não causou danos às lavouras, mas reduziu a velocidade da colheita. Os agricultores do Estado já colheram 2% da área, enquanto a média dos últimos 5 anos é de um porcentual em torno de 2,7%. Por outro lado, o clima mais frio nas áreas produtoras sul-mato-grossenses contribuiu para reduzir a população de insetos que poderiam prejudicar a cultura.