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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Em busca da neutralidade em emissões de carbono, MS estimula produção de biometano

Secretário de estado, Jaime Verruck acredita que sucroenergéticas possuem um potencial produtivo relevante e enfatiza necessidade de desenvolver mercado

O interesse das sucroenergéticas por investir em biometano está encontrando uma agenda política favorável em Mato Grosso do Sul. Ao menos é o que relata o secretário de estado Jaime Verruck durante participação em evento promovido pela Datagro nesta segunda-feira, 20.

De acordo com ele, apenas para este produto, há R$ 1 bilhão em investimentos em andamento no estado. “Nós reduzimos a carga tributária do biometano e reduzimos o IPVA dos carros e caminhões produzidos [com motor] a biometano, exatamente para estimular essa rota tecnológica”, declara.

Ainda segundo o secretário, o Mato Grosso do Sul enxerga que o maior potencial produtivo está nas usinas sucroenergéticas. Desta forma, Verruck defende que o próximo passo seria estimular a demanda.

“Já fizemos dois leilões através da companhia de gás, que é vinculada à minha secretaria, para comprar biometano”, relata e segue: “O biometano, na nossa avaliação, vai cumprir o mesmo papel que o álcool cumpriu na gasolina. Nós vamos descarbonizar o gás natural”.

O secretário explica que os leilões de compra de biometano buscam colocar o produto na rede de gás natural, já observando a meta de descarbonização estabelecida na lei do Combustível do Futuro.

Neste sentido, ele enfatiza outras possibilidades de energia limpa a partir das plantas de etanol, como a fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF) e de bunker para navios. Para isso, acredita que há a necessidade de entrada de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) voltados para inovação.

“No estado, nós temos que trazer um pouco mais de recursos para ciência e tecnologia. Hoje, temos várias rotas tecnológicas, mas temos que ver quais são as viáveis e quais ainda temos que desenvolver”, acrescenta.

Desafio logístico

A necessidade de redução de custos por meio de aportes em logística foi outra pauta levantada pelo secretário. “O Brasil passa por uma crise logística. O setor de açúcar e etanol é praticamente 100% rodoviário. Por isso, estamos discutindo [implementações de] rodovias, ferrovias e novas estruturações”, afirma.

De acordo com ele, o Mato Grosso do Sul decidiu apoiar as empresas instaladas no estado para que tenham os acessos asfaltados. “Estamos fazendo com todas as usinas que não têm conexão com asfalto para alguma rodovia tenham acesso ao recurso”, afirma.

Ainda segundo o secretário, a iniciativa também proporciona melhores condições para os trabalhadores.

Meta de descarbonização

Ao longo de sua apresentação, Verruck trouxe a meta estadual de zerar as emissões de carbono até 2030. Conforme o secretário, a decisão foi tomada em 2017: “Nós definimos a nossa própria meta e começamos a trabalhar com todos os setores”.

Ele relata que, para o acompanhamento das iniciativas, o governo estadual criou uma plataforma chamada Carbon Control. “Toda e qualquer empresa do estado tem que fazer o balanço de inventário de emissões e de remoção”, detalha.

No caso das companhias de açúcar e etanol, o secretário aponta que houve a emissão de 1,3 milhão de toneladas equivalentes de CO2 na safra passada e, também, a remoção de 2,6 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono. “Isso quer dizer que as 22 usinas já têm um saldo de 1,3 milhão de toneladas equivalentes CO2”, explica.

Renata Bossle – NovaCana

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