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sábado, 13 de setembro de 2025

Preso pelo Gaeco, prefeito de Terenos pede afastamento do cargo

Henrique Budke pediu o afastamento “para poder se concentrar em sua defesa”, conforme repassado pelos advogados

Nesta quinta-feira, cerca de 48 horas após a prisão do chefe do Executivo do município de Terenos, distante pouco mais de 30 quilômetros da Capital, o até então prefeito,  Henrique Budke (PSDB), pediu afastamento do cargo de principal cadeira da cidade. 

Conforme repassado pelo defensor de Henrique, o agora ex-chefe do Executivo de Terenos disse que “foi surpreendido com a operação”. 

Vale lembrar que Henrique Wancura Budke foi preso ainda na segunda-feira (09), durante operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) batizada de “Spotless”. Com 37 anos, ele foi reeleito no ano passado com 53,69% dos votos válidos, ou seja, 5.885 votos.

Agora, ele solicitou o afastamento da sua cadeira como chefe do Executivo, “para poder se concentrar em sua defesa”. 

“Sempre pautou sua vida em honestidade e transparência. Pediu afastamento do cargo para poder se concentrar em sua defesa. E aguarda a evolução das apurações, depositando na Justiça a confiança de que a verdade provará sua inocência”, complementa a defesa em nota. 

Entenda
Essa operação desdobrada pelo Gaeco mira um suposto esquema criminoso em Terenos, que seria voltado para fraudar licitações públicas locais, onde os contratos ultrapassam R$ 15 milhões, como bem acompanhou o Correio do Estado. 

Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 59 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com alvos nas cidades de Campo Grande e Terenos. 

Foi constatado em investigação a existência da organização criminosa, que agia com núcleos bem definidos contra a Administração Pública, se valendo de servidores corrompidos para fraudar o caráter competitivo das licitações públicas. 

Nesse sentido, haviam dois principais núcleos: 

o empresarial, composto por empreiteiros que se beneficiavam dos contratos fraudulentos.
o político-administrativo, formado por servidores como Isaac Cardoso Bisneto (ex-secretário de Obras) e Valdecir Alves Batista, responsáveis por direcionar editais
Assim, havia o direcionamento dos respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema, com a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima. 

Além disso, havia o pagamento de propina para os agentes públicos que, falsamente, atestavam o recebimento de produtos, de serviços e, ainda, aceleravam os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público.

Com o desdobrar da situação, enquanto até a tradicional Festa do Ovo precisou ser cancelada, o vice-prefeito de Terenos é quem deve assumir o cargo interinamente já nesta quinta-feira (11).

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