Dados relativos aos primeiros oito meses revelam que a cotação média da tonelada exportada caiu 13,8% neste ano em comparação a 2024
Mais importante na economia de Mato Grosso do Sul a cada dia que passa e com projetos bilionários em andamento, a celulose já viveu dias melhores no mercado internacional, conforme mostram os números mais recentes relativos às exportações de Mato Grosso do Sul.
Dados relativos aos oito primeiros meses de 2025 mostram que o volume de celulose exportado saltou de 2,675 milhões de toneladas para 4,637 milhões de toneladas, representado alta de 73%. Esta alta se explica pela ativação da fábrica de Ribas do Rio Pardo, que entrou em operação em julho de 2024 e que tem capacidade de produzir até 2,55 milhões de toneladas por ano.
Porém, o faturamento teve aumento de “apenas” 49%, passando de 1,464 bilhão de dólares nos primeiros oito meses do ano passado para 2,184 bilhões de dólares em igual período deste ano, conforme dados da carta da conjuntura divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semadesc).
De acordo com estes números, no ano passado o valor médio da tonelada destinada ao mercado externo, principalmente a China, foi de 547 dólares. Nos primeiros oito meses de 2025, porém, o valor média recuou 13,9% e ficou em 471 dólares.
Em uma conta simples, a queda na cotação significa em torno de 353 milhões de dólares, ou 1,9 bilhão de reais, a menos no caixa das gigantes Suzano e Eldorado.
Na moeda nacional, porém, o impacto negativo foi um pouco menor, pois o valor médio do dólar no ano passado permaneceu na casa dos cinco reais. Neste ano, a cotação média ficou em torno de 5,7 reais.
E por conta do aumento no volume produzido, a celulose se transformou o principal produto da exportação sul-mato-grossense em faturamento, representando 30% de tudo aquilo que o Estado vende para outros países. A soja ficou para trás representa 27,3%.
Em 2024 o Estado ainda fechou o ano com a soja em primeiro lugar no ranking de importância na pauta de exportações, com 28,7% do faturamento em dólares, ante 26,6% da celulose. Mas, com a ativação da unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo a escala de importância começou a mudar e a tendência é de que até o fim do ano a disparidade aumente.
A tendência é de a celulose assuma espaço ainda maior a partir do final de 2027, quando deve entrar em operação da fábrica da Arauco em Inocência. A previsão é de 3,5 milhões de toneladas por ano e praticamente toda a produção será destinada ao mercado externo.
E, a partir de fevereiro do próximo ano devem começar os trabalhos para instalação de uma outra fábrica, desta vez em Bataguassu, que terá capacidade para até 2,8 milhões de toneladas, sendo que a metade disso será para produção de tecidos. A previsão é de que ela entre em operação no final do primeiro semestre de 2029.
EXPORTAÇÕES GERAIS
Contabilizando outros produtos exportados por Mato Grosso do Sul, agosto de 2025 foi marcado por uma redução de 9% do valor exportado em relação a julho. Se a comparação for com agosto do ano passado, a queda é menor, de apenas 0,09%.
Já em relação à quantidade exportada, houve uma redução de 13,5% em relação ao mês a julho. Porém, na comparação com agosto de 2024, ocorreu alta de 45%. De acordo com o boletim da Semadesc, “esses resultados negativos são resultados do cenário de incerteza internacional derivados do ‘Tarifaço’ promovido pelo governo estadunidense”.
Mas, no balanço do ano, o resultado ainda está positivo. De janeiro a agosto de 2025 o acumulado das exportações atingiu o valor de US$ 7,24 bilhões, o que representa 3,2% de crescimento em relação ao mesmo período de 2024, apesar do cenário internacional incerto.