Campo Grande sediou nesta quarta-feira (3) a Rodada de Negócios Brasil Chile, realizada na sede da Fiems, reunindo mais de 90 empresários, sendo 40 chilenos e 50 brasileiros, além de autoridades e lideranças políticas dos dois países. O encontro buscou estreitar as relações comerciais, identificar oportunidades estratégicas e avançar na integração econômica promovida pelo Corredor Rodoviário Biocêanico de Capricórnio, a Rota Bioceânica, com a expectativa de reduzir custos logísticos, ampliar mercados e diversificar a pauta de exportações.
Na abertura estiveram presentes o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel; a ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet; o ministro da Economia, Fomento e Turismo do Chile, Álvaro García; o governador da Região de Tarapacá, José Miguel Carvajal; o governador da Região de Antofagasta, Ricardo Díaz Cortés; a embaixadora Daniela Benjamin, representando o Ministério das Relações Exteriores; a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes; o presidente da Fiems, Sérgio Longen; o deputado estadual Paulo Corrêa, representando a Assembleia Legislativa, e o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra.



O secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), destacou que a rodada foi um marco para colocar o setor privado no centro das discussões sobre a rota. Segundo ele, atualmente apenas 15% das exportações brasileiras ocorrem no comércio intrarregional, índice considerado baixo frente ao potencial de integração com países vizinhos.
“Foi um momento extremamente importante para que a gente desenvolvesse negócios ao longo da Rota Bioceânica. O foco foi privado, olhando para as dificuldades de importação e exportação. Conhecemos mais de 40 empresários chilenos dispostos a vender, comprar e investir em conjunto, além de 50 empresários brasileiros com o mesmo interesse. A Rota Bioceânica já é uma realidade e, em dois anos, estará operando plenamente. O objetivo é desenvolver o Paraguai, a Argentina e o Chile, mas principalmente melhorar o comércio e reduzir os custos das nossas exportações. Mato Grosso do Sul tem avançado e há um claro interesse do governo chileno em estreitar relações”, afirmou.
O governador Eduardo Riedel lembrou que, mesmo antes da implantação da rota, Mato Grosso do Sul já mantém um comércio expressivo com o Chile. Em 2024, o Estado exportou US$ 210 milhões e importou US$ 197 milhões do país andino. “Um comércio equilibrado, ainda de poucos produtos, mas que com a rota vai avançar. Nosso compromisso é apoiar as iniciativas para gerar resultados que levem ao sucesso. Este projeto vem sendo construído por diferentes gerações, em direção a um sonho que se torna real a cada dia”, disse.



A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reforçou o impacto que a rota terá na economia regional e continental. “Tenho consciência da importância desta rota para o Brasil, Mato Grosso do Sul, Chile e toda América do Sul. Isto representa novas oportunidades e milhares de empregos, para aumentar o PIB dos países e alavancar o setor empresarial, serviços e comércio”, afirmou.
“Estes encontros e tratativas geram mais oportunidades de negócios entre empresários dos dois países, com rapidez em projetos de desenvolvimento, que irão aumentar com a Rota Bioceânica. É um sonho de muitos anos que hoje se converte em ações concretas”, destacou o ministro chileno Álvaro García.
O governador da Região de Tarapacá, José Miguel Carvajal, reforçou a relevância dos portos de Iquique como saída estratégica para o Pacífico. Segundo ele, a rodada de negócios simboliza um passo adiante na integração. “Iquique e seus portos representam uma oportunidade única para ampliar a competitividade não apenas do Brasil, mas especialmente de Mato Grosso do Sul. Esta rodada pode se transformar em um marco, fortalecendo o corredor bioceânico como elo de integração entre Chile, Argentina, Paraguai e Brasil. Mais do que negócios, trata-se de integrar amizade, respeito, cultura e cooperação”, concluiu.
“Com a ponte internacional entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta prevista para ser concluída em 2026, a Rota Bioceânica se consolida como um projeto estratégico para o desenvolvimento regional, abrindo novas perspectivas de comércio, investimentos e geração de empregos para Mato Grosso do Sul e para o Brasil”, finalizou o secretário Jaime Verruck.
Marcelo Armôa, Semadesc
Fotos: Mairinco de Pauda, Semadesc