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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Bolsonaristas prefere Contar, avalia Azambuja como segundo voto

Já compromissado com o ex-presidente Jair Bolsonaro para filiar-se ao PL, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) cuida com total prioridade de sua candidatura ao Senado. Duas vagas estão reservadas para Mato Grosso do Sul e Azambuja sabe que para conquistar uma delas é preciso fortalecer sua pré-candidatura e consolidar-se como opção dos chamados “fiéis do bolsonarismo”. Não é uma tarefa das mais fáceis, já que seu nome ainda é tratado com reservas por líderes e militantes do partido do ex-presidente, que teriam como primeira opção o ex-deputado e ex-candidato a governador Capitão Contar.

Talvez por estes detalhes Azambuja pareça não estar tão envolvido ou comprometido em fazer a “dobradinha” pretendida por Nelsinho, cujo nome é tratado com antipatia no PL e nos núcleos bolsonaristas por causa do vínculo familiar. Ele é irmão de dois Trads já alistados em trincheira oposta e engajados na mobilização de apoio à reeleição do presidente Lula: o ex-deputado Fábio Trad, que pode ser o nome do PT na sucessão estadual, e o vereador Marquinhos Trad.

Em síntese, com o favoritismo indicado nas primeiras pesquisas, Reinaldo Azambuja não teria tantas dificuldades para ser carregado por bolsonaristas, mesmo como segundo voto.

Capitão Contar, saboreando ainda o saldo eleitoral acumulado em 2018, quando se elegeu deputado estadual, e em 2022, na disputa pelo governo, tem caminho livre para outro desafio das urnas. Neste mosaico de possibilidades direitistas, Nelsinho estaria de fora, a menos que Azambuja, Riedel e o seu governo se encorajem a adotá-lo no palanque.

PRECEDENTES – Nas eleições de 2022, com todo o peso da máquina governamental, do PSDB e de várias forças aliadas rebocando a candidatura de Eduardo Riedel, o Capitão Contar (PRTB) largou na frente, com a maioria dos votos no 1º turno (284.275 contra 361.981). No 2º turno, Riedel deixou de depender só do prestígio de Azambuja e do poder político, financeiro e estrutural dos aliados, e recorreu a acordos decisivos em outras frentes partidárias para buscar os votos que lhe faltavam e garantir sua vitória.

Um desses acordos, feito à luz do dia, foi com o PT. No 1º turno, a candidata petista Gisele Marques havia conquistado apetitosos 135.556 votos. Não é possível saber com quantos ela contribuiu para o triunfo do tucano, porém é inegável que foi uma contribuição generosa, tanto que as urnas sacramentaram a categórica supremacia de Riedel, derrotando seu adversário Contar por 196.097 votos (808.210 contra 612.113).

O placar no 2º turno foi relativamente folgado, graças à soma de apoios que fez a diferença entre dois únicos candidatos. Mas o resultado não desfaz a leitura realista de todo processo da disputa, que no 1º turno, com sete concorrentes, jogou Riedel ao 2º lugar, a 114.888 votos do ex-governador emedebista André Pucinelli, o 3º colocado. A distância não foi tão confortável, dadas às condições desfavoráveis com que Puccinelli entrou no páreo, moído por oito anos na mira de investigações policiais e desgastantes exposições na mídia.

Por Pauta Diaria.

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