20.5 C
Campo Grande
segunda-feira, 12 de maio de 2025

Ex-políticos são condenados por grilagem de terras públicas em Nova Alvorada do Sul

Justiça Federal condena grupo por loteamento ilegal em área do INCRA

A 2ª Vara Federal de Dourados-MS, condenou um grupo de ex-políticos e ex-agentes públicos por envolvimento em organização criminosa dedicada à grilagem de terras públicas no Assentamento PANA, em Nova Alvorada do Sul/MS.

A Ação Penal nº 0001094-67.2018.4.03.6002, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), revela um esquema criminoso que resultou na venda ilegal lotes irregulares em área pertencente ao INCRA, destinada à Reforma Agrária.


👥 Envolvidos e suas funções

Os réus condenados são:

  • Moizés Neres de Souza – Ex-presidente da Câmara Municipal e Ex-Vice-prefeito
  • Luciano Dias da Rocha – Ex-Vereador e sobrinho de Moizés
  • Jorge Fernandes Guimarães – Ex-subprefeito e na época dos fatos era presidente da Associação de Moradores do PANA
  • Rogério Casarotto – Ex-vereador
  • Fábio Mendes Fernandes – Responsável pelas vendas e demarcações

🏘️ O esquema de grilagem

Entre 2015 e os anos seguintes, os envolvidos atuaram para:

  • Lançar loteamento clandestino no Lote 1 do Assentamento PANA, área pública do INCRA
  • Alienar os lotes a terceiros sem qualquer título legítimo de propriedade
  • Induzir compradores ao erro com promessas de regularização fundiária
  • Utilizar influência política, estrutura pública (como maquinário da prefeitura) e documentos simulados
  • Constituir uma Associação de Moradores fictícia para dar aparência de legalidade
  • Obter vantagem ilícita em 186 transações, lesando tanto o INCRA quanto os compradores

⚖️ Conduta criminosa

Segundo a sentença, os envolvidos agiram:

  • Dolosamente, com plena consciência da ilegalidade
  • De forma organizada e estruturada, com divisão de tarefas
  • Usando cargos públicos para viabilizar e encobrir os crimes
  • Criando documentos falsos, como um “termo de desistência” simulado por Moizés
  • Movimentando a estrutura da prefeitura para criar ruas e dar credibilidade ao loteamento

🧾 Fatos relevantes

  • A gleba era exclusivamente destinada à Reforma Agrária
  • A venda dos terrenos se deu com uso de laranjas e associação comunitária falsa
  • Jorge Guimarães, um dos envolvidos, foi nomeado subprefeito por Moizés, sendo exonerado só após denúncia na mídia
  • Luciano Rocha falsificou documentos para enganar compradores e facilitar transferências de título eleitoral
  • Fábio Fernandes foi flagrado em reportagem da TV Morena comercializando os terrenos

🔚 Conclusão

O grupo usou poder político, máquina pública, e fraude documental para comercializar terras públicas como se fossem privadas, prejudicando o programa de Reforma Agrária e enganando centenas de famílias.

A sentença da Justiça Federal representa um marco contra a grilagem institucionalizada e um importante passo na responsabilização de agentes públicos por crimes fundiários.


📢 Transparência, legalidade e uso correto das terras públicas são pilares inegociáveis para uma sociedade justa.

Leia também

Últimas Notícias

Fale com a Rádio Olá! Selecione um contato.