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sexta-feira, 2 de maio de 2025

Quatro deputados de MS deixam de assinar CPI para investigar fraude do INSS

Comissão teve apoio de Rodolfo Nogueira (PL), Marcos Pollon (PL), Luiz Ovando (PP) e Beto Pereira (PSDB)

Quatro dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul não assinaram o pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar fraude do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A bancada do PT, formada pelos deputados Vander Loubet e Camila Jara, defende que atuação da Polícia Federal é suficiente. Já parte da bancada do PSDB, os deputados Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira, apoia a investigação, mas não tiveram acesso ao pedido para instalar a comissão.

O requerimento, que mira os sindicatos que desviaram R$ 6,3 bilhões por meio de descontos não autorizados dos beneficiários, entre 2019 e 2024, foi protocolado na última quarta-feira (30), com 185 assinaturas de deputados de 14 partidos.

Da bancada sul-mato-grossenses apenas os deputados federais Rodolfo Nogueira (PL), Marcos Pollon (PL), Luiz Ovando (PP) e Beto Pereira (PSDB) assinaram o pedido.

Ao Campo Grande News, a deputada federal Camila Jara (PT), afirma que a investigação feita pela PF foi eficiente para desmantelar o esquema de fraude. “Confio na capacidade técnica da Polícia Federal e dos órgãos de investigação que estão conduzindo uma investigação célere. O novo presidente do INSS já está traçando um plano para ressarcir os beneficiários prejudicados. Todos os culpados devem ser punidos”, disse.

Para o deputado federal Vander Loubet, a CPI é um instrumento da oposição para tumultuar a Câmara dos deputados. “Não assinamos nem apoiamos essa CPI porque, no fundo, ela não tem objetivo de apurar nada”, disse. “Essa CPI, portanto, teria mais potencial de atrapalhar as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União do que ajudar em algo”, completou.

O petista ainda destaca a atuação do Governo Federal para a investigação. “Foi a partir de 2023, com o retorno do Lula à Presidência, que as autoridades puderam começar a investigar o caso, que culminou com as recentes operações que vimos. Então, da nossa parte, queremos que essa investigação da PF e da CGU prossiga e possa punir os culpados”, defendeu.

Já o deputado federal Geraldo Resende (PSDB), é a favor da investigação feita por parlamentares. “Não fui procurado para assinar o requerimento, eles conseguiram a assinatura e já protocolaram. Não sou contra qualquer investigação, seja do atual governo, seja nos governos passados”, disse.

O tucano apenas se posiciona contra a polarização da investigação. “Que não faça dessa CPI essa guerra odiosa”, finalizou. O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB) afirmou que está de licença médica e por isso não estava em Brasília quando o pedido foi apresentado. O parlamentar criticou esquema de fraude caracterizando como “crime organizado institucionalizado” e apoia a investigação como forma de pressão para a demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Operação Sem Desconto – Na semana passada, a PF e a CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram uma operação conjunta que investigar esquema de descontos não autorizados de mensalidades associativas em benefícios do INSS. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

 Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária. Mato Grosso do Sul foi um dos 14 estados onde as medidas foram cumpridas.

O caso resultou na exoneração do então presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de quatro dirigentes da autarquia e de um policial federal lotado em São Paulo.

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