19/06/2019 10h17 – Atualizado em 19/06/2019 10h17
Dono de pizzaria que matou esposa em MS diz que tomou jurubeba e comprou arma para se vingar de xingamentos
Suspeito pretendia fugir para a casa da mãe, em Santa Catarina, porém foi preso durante abordagem na MS-156, entre os municípios de Amambai e Tacuru.
Por Graziela Rezende, G1 MS
O extenso depoimento de duas laudas, feito nesta quarta-feira (19), já está no teor do inquérito de feminicídio em Aral Moreira, a 373 km de Campo Grande. Entre indas e vindas no relacionamento, o dono de pizzaria Jair Varlei Schwantes, de 39 anos, deu a sua versão sobre as brigas com a esposa. Na mais recente, ele contou que passou o dia tomando jurubeba e também foi até Ponta Porã, onde comprou uma arma por R$ 2,8 mil e, no mesmo dia, matou a esposa.
Logo após o crime, Jair conta que chamou o filho de 13 anos e o menino, muito assustado, entrou na caminhonete. O suspeito pretendia fugir para o estado de Santa Catarina, onde mora a mãe dele. No entanto, houve a abordagem pela Polícia Militar Rodoviária (PMR) na MS-156, entre os municípios de Amambai e Tacuru.
Jair entregou a arma e foi para a delegacia do município. “Ele contou toda a história de vida desde que chegou em Mato Grosso do Sul, ainda solteiro. Aqui ele se casou, teve dois filhos. A vítima também era casada quando ambos se conheceram. O homem disse que ambos foram amantes, depois se separaram e retornaram para os casamentos anteriores e, por último voltaram a ficar juntos”, afirmou ao G1 o delegado Mikaill Faria, responsável pelas investigações.
Neste período, ambos tiveram uma filha, atualmente com 7 anos. Na casa ainda vivia o filho adolescente de Jair e o outro menino de Andreia Pereira dos Santos, de 37 anos. “O relacionamento no começo era muito bom, porém, depois apareceram muitas fofocas de que um traía o outro, então decidimos nos mudar de Ponta Porã e montar outra pizzaria em Aral Moreira. Lá as brigas começaram, com trocas de ofensas, inclusive na frente de clientes e amigos”, relatou o suspeito.
No último domingo (16), Jair conta que “brigou feio” com a esposa e inclusive ela teria quebrado diversos pertences da pizzaria. No outro dia, ambos não conversaram. Nessa terça-feira (18), Jair conta que a esposa continuou com as ofensas e retornou somente quando teria que buscar a filha na escola.
Ele então foi até Ponta Porã comprar mantimentos para a pizzaria e lá mesmo adquiriu a arma por R$ 2,8 mil. O revólver calibre 38 permaneceu na cintura, enquanto o suspeito “continuou bebendo”. Durante nova discussão, ele efetuou 4 disparos.
Quando Jair foi preso, a PMR ainda apreendeu uma espingarda no carro, no qual ele alegou que usava somente “para brincar de caçar pássaros”. Ele também finalizou o depoimento comentando a mulher “desfazia de sua honra e masculinidade”.
Andreia tinha dois filhos pequenos, que agora entram na estatística de crianças que tiveram as mães mortas por homens em quem cofiavam. Com eles, são 39 nesta situação.







